Há muito as DST influenciam fatos e assumem importância
histórica para a humanidade. Mais recentemente o HIV-AIDS não foge a esse padrão. A sífilis e a síndrome da imunodeficiência
adquirida (AIDS) marcaram eras e definiram períodos históricos.
A AIDS atinge próximo de 35 milhões de pessoas em todo
o mundo. Estatísticas preliminares levantadas no CEDAP (Centro Estadual Especializado em Diagnóstico Assistência e Pesquisa) além dos
números apontados pelo programa estadual de DST/HIV mostram que
ambas as doenças vem se expandindo no estado da Bahia. Na região de
Vitória da Conquista a AIDS expande-se em velocidade acima da média
brasileira.
Dados internos colhidos
entre pacientes que fizeram testagem nas dependências do CEDAP
sugerem um comportamento epidêmico da sífilis. Números
das maternidades de Salvador endossam esse flagrante aumento da
prevalência de sífilis na população.
As causas para tal situação são variadas. A população
atendida pelo CEDAP é predominantemente soteropolitana. Acreditamos
que a ausência de programas de saúde básica e disponibilidade de
testagem na população de Salvador tem sido de grande peso no
progresso dessas estatísticas desfavoráveis. Pacientes que não
conseguem fazer testagem são disseminadores do HIV e de outras DST
que por ventura permaneçam latentes por muitos anos. A manutenção
dessa situação cobra o preço de estatísticas como do Hospital
Couto Maia onde 40% dos pacientes que chegam ao pronto atendimento
com AIDS não sabiam ser portadores do vírus.
Grandes avanços foram alcançados no cuidado com a
saúde do baiano nos últimos anos. Novos hospitais abertos e
procedimentos de alta complexidade sendo realizados no interior
quando há menos de uma década somente a capital os concretizava.
Porém, se enviesarmos pelo lado dos cuidados à população
vulnerável às DST, algo a mais precisa ser feito.